Memórias do duque d'Eldorado

Duque d’Eldorado foi um nobre devasso, nascido em 1495 em Veneza conhecido, entre outros feitos, pelos seus escândalos de libertinagem. Pouco se sabe da sua infância, á quem diga que foi adoptado, apesar de ele sempre ter jurado a pés juntos que era primo direito de Júlio de Medici, também jurava a pés juntos ser temente a Deus desde que o rei lhe concedeu o título, apesar de sempre ter preferido casas de putas.
Para além das lutas de galos e vinho tinto, de que era franco adepto, um dos seus passatempos era percorrer as suas propriedades a cavalo e chicotear os seus criados, dizia-se apaixonado pelas artes e auto intitulava-se de poeta e dramaturgo. Ganhou fortuna fazendo-se passar por vidente, vendendo supostos métodos de alquimia, proxenetismo e casando com mulheres ricas. Teve para ser condenado á guilhotina depois de ter espalhado o boato de ter desflorado a rainha Elisabete I.
Apesar de vil e sacana que era, o Duque d’Eldorado, para além de um romântico que sofria por amor, era um crítico da sociedade contemporânea preocupado com os males do mundo como ele dizia. Para terminar, aqui fica uma das suas frases célebres, que tal como muitas outras ficará gravada para reflexão das gerações futuras:
Ezequiel, compreendo que estejas a passar fome pois não te pago á quatro meses, mas hoje não posso porque ontem gastei tudo nas putas.